Muitos dias acordo e me pergunto: Por que “faço o que faço”?
O primeiro pensamento que vem à minha mente é sobre tudo o que a vida me deu e ensinou. Nesse momento, surge um sentimento de eterna gratidão, que me traz paz e leveza, incríveis para minha alma e meu corpo.
Por que isso?!
Quando olho para trás, vejo lembranças que foram mudando, em função do desenvolvimento que tive na vida. Por exemplo, deixei de ter lembranças muito negativas de meu pai para sentir, hoje, uma enorme gratidão por ele, fundamentalmente por duas razões. Primeiro, porque ele me deu a vida e, se não fosse por ele, não poderia fazer o que faço. Segundo, porque passei a entender, profundamente, que ele foi produto de seu entorno e circunstâncias e, dessa foram, seus comportamentos foram marcados por isso.
Mesmo assim, achou formas de demonstrar, do seu jeito, que me amava muito. Por isso, acredito que nossas lembranças só servem para aprendermos com elas, dando novo significado a diferentes contextos, cada vez que crescemos como seres humanos. Não é interessante?!
Para mim, o caminho para me conectar com a gratidão está em olhar com um olhar de aprendiz em ambos extremos das circunstâncias pessoais da minha vida. Em outras palavras: “no que acho que ela me deu e no que tirou de mim”.
A vida me deu a possibilidade de conhecer a abundância, quando permitiu que eu conseguisse um cargo importante, com um salário muito alto para minha idade e circunstâncias, logo que saí da faculdade de Administração. Em outras palavras, ganhava mais do que podia gastar. Isso me levou a situações e crenças sobre a abundância.
Mais tarde, porém, a vida se encarregou de me levar para a outra polaridade, a da escassez. Isso ocorreu quando decidi deixar um salário e um cargo importantes para tentar uma aventura empreendedora. No início, parecia uma boa ideia. No médio prazo me levou à falência, com dívidas e sem ter como levar comida para casa.
Não quero mentir, mais esse foi um grande aprendizado para mim, naquele momento da minha vida. Ter passado por isso e conhecido o significado da escassez me levou a aprender o valor real das coisas da melhor maneira e, também, a colocar os pés no chão.
Grandes experiências, ambas na polaridade da vida, pelas quais sou grato. Tive sofrimento na segunda, mas tive muito aprendizado também. Agora, você me entende, quando falo que tudo na vida é aprendizado e depende de como você olha para o que te acontece? Em função disso você se desenvolve (ou não).
É por isso que eu agradeço todos os dias a minha vida, porque, entre tudo o que me deu e tudo o que levou, me deixou aprendizados. E eu continuo me transformando em um ser melhor a cada dia. O trabalho de desenvolvimento terminou? Não. Nunca termina!!! E o mais legal de tudo isso é que a transformação de uma pessoa se faz com os outros e por meio dos outros. Esta é uma das razões porque eu faço o que faço. Quero cada dia ser um ser humano melhor.
A outra razão porque faço o que faço é: se a vida foi tão generosa comigo, por que não retribuir com a mesma moeda? Eu quero oferecer para a vida e para as pessoas que passam por minha vida a minha ajuda e a minha companhia, para que eu sirva de meio para que possam encontrar suas luzes e possibilidades na vida.
Então, estas são as razões do porquê que “eu faço o que faço”
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